GNTK alertam para a JAULA muitas vezes invisível da VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

JAULA, o novo som dos GNTK com Candy June, para além de estar muito bem conseguido passa uma mensagem fortíssima e muito sentida.

A violência doméstica é um assunto que se vai colocando de parte por mais que se vá falando nele. Nós recorremos à arte da música para também propagar mensagens que entendemos ser importantes. Desta forma, decidimos criar este trabalho, intitulado de “Jaula” de forma a abordar este assunto de uma maneira interventiva ambicionando a consciencialização de tantos que deixam este assunto passar ao lado.” – GNTK

Quero ver se os iluminados que se vieram indignar com o BFF do Valete agora vêm dizer que o rap é uma poderosa ferramenta para fazer crítica e alertar para os podres da sociedade.

Vale a pena ver, ouvir e refletir.  Parabéns aos GNTK por um excelente trabalho, será certamente mais um sucesso! Letra completa depois do video.

A vida corre e não consegues agarrá-la
Vives numa jaula
Sem saber se vês o sol outra vez
A saudade não se cala
E tu só queres matá-la
P’ra voltares a viver

Peço desculpa se isto insulta a vossa atenção
vim falar por vozes mudas
Na posse dos que são piores que judas
Mas que não se julgam

Algo que na escola não estudas
Alvos de pecados morais
Alguns dizem que álcool ajuda
Alto…que eu já falei demais

Mas falo do medo em segredo
Histórias íntimas, dessas vítimas
Que vão vivendo após os vinte e nas
Peles que eu nunca me senti mas

É bom relembrar os amores de fachada, à porta fechada, pra ninguém ver nada
De um lado a bater saudade
E o outro a bater à vontade

Mas deixa, já que ninguém se queixa
Só vai haver desprezo
e na hora de pôr o peso naquela balança do indefeso

Eu sei que só vai ter atenção se for a
Filha de um chefe ou neta de um moura
Se não…shhhhiiu
A justiça não pode atender a senhora

O amor nem sempre vence
E o destino é amanhã
Pra viver a ver quando convence o medo
Só que não há interesse
De saber a quem pertence
o grito de silêncio

A vida corre e não consegues agarrá-la
Vives numa jaula
Sem saber se vês o sol outra vez
A saudade não se cala
E tu só queres matá-la
P’ra voltares a viver

Ela imaginou algo diferente
Agora não quer mas que se contente
Até porque quem cala consente
Tu nem sabes como deixá-la contente

E nessa amostra de como se ama
Aos filhos demonstras também
Que o monstro não vive debaixo da cama
Mas dorme na cama da mãe

Só que nem tua desgraça disfarça essa farsa de seres um ser patriarcal
Quando a vida é farta não farta nem faltam as farpas ao espetares o teu animal

Manda vir a taça que a raça que caças é escassa e assim vais-te sentindo o tal
Mas a tua graça que a vendes de graça
Só engraça essa laia igual

Agora vai super homem
Liberta esses nervos que te consomem
Dá-lhe mais um soco bem metido sem nenhum motivo
Até que a morte vos separe como prometido

Mas no final tu sabes parecer tão comovido
E até pedes perdão naqueles olhos inseguros
Mas essa confissão nunca fará nenhum sentido
Já que o que foram olhos hoje são óculos escuros

O amor nem sempre vence
E o destino é amanhã
Pra viver a ver quando convence o medo
Só que não há interesse
De saber a quem pertence
o grito de silêncio

A vida corre e não consegues agarrá-la
Vives numa jaula
Sem saber se vês o sol outra vez
A saudade não se cala
E tu só queres matá-la
P’ra voltares a viver

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Sobre o Autor

ELEgante

O homem urbano e cosmopolita, moderno e com bom gosto. Sabe o que quer, vive como gosta.