Numa publicação curta e grossa, o líder do Chega conseguiu agitar praticamente todos os partidos, ao sugerir que Joacine Katar Moreira seja devolvida ao seu país de origem.
Apesar de o comentário de André Ventura ocupar apenas uma linha, na descrição de um artigo que partilhou no Facebook, já fez correr muita tinta. Estas foram as suas exactas palavras:
“Eu proponho que a própria deputada Joacine seja devolvida ao seu país de origem. Seria muito mais tranquilo para todos… inclusivamente para o seu partido! Mas sobretudo para Portugal!”
Como se percebe pelo artigo partilhado, o comentário surge em resposta a Joacine ter proposto que Portugal devolva às ex-colónias o património cultural destes territórios que esteja hoje em solo nacional, em museus e arquivos.
É mais uma das tão importantes propostas do Livre. A medida visa a “descolonização da cultura” e uma “estratégia nacional para a descolonização do conhecimento” e passa por devolver todo o material das ex-colónias que esteja em museus e arquivos no nosso país.
O Livre (desta vez) uniu-se à sua representante e aproveitou para fazer um comunicado em que critica também as palavras do Chicã, o jovem novo líder do CDS que disse que no seu partido “não existem Joacines”.
Diz o Livre que “não pode deixar de repudiar veementemente” os “contínuos ataques de caráter e referências de índole racista e sexista por parte de deputados e dirigentes partidários da direita”.
O partido queixa-se das declarações “sexistas e deselegantes de Francisco Rodrigues dos Santos” e “as palavras deploráveis e racistas de André Ventura, deputado da extrema-direita portuguesa”. As divergências políticas, conclui o comunicado, não podem nunca justificar este tipo de declarações, razão pela qual o Livre “está e estará sempre na linha da frente do combate a todas as discriminações”.
Também o Bloco de Esquerda se manifestou contra o comentário de André Ventura e fez saber que vai propor uma frontal condenação do comentário ao Presidente da Assembleia da República e aos restantes parlamentares.