Não se fala de outra coisa, a greve dos camionistas de matérias perigosas está a ter um impacto enorme na vida dos portugueses e até agora não dá sinais de abrandar. Muitos postos já estão secos e há quem já esteja apeado.
No entanto o Governo acabou de anunciar uma medida para mitigar os efeitos da greve: a criação de uma rede onde o abastecimento vai ser assegurado. A rede contempla 310 postos prioritários “que cobrem todo o território nacional”. O abastecimento será racionado e o Governo vai usar, se necessário, as forças de segurança para garantir o seu funcionamento.
Segundo nos dá conta o Negócios, os ministros da Administração Interna e do Ambiente e da Transição Energética deliberaram a criação de uma Rede Estratégica de Postos de Abastecimento (REPA), que será composta por 310 unidades por todo o território nacional, para responder à “situação de dificuldade do abastecimento público de combustíveis”.
Isto significa que cerca de 10% dos postos de abastecimento existentes em Portugal Continental vão prestar serviços mínimos. Ao todo há 3.068 bombas de gasolina, segundo dados da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis.
“Os postos de abastecimento pertencentes à REPA ficam obrigados a reservar, para uso exclusivo das entidades prioritárias, pelo menos, uma unidade de abastecimento“, refere o Governo.
As entidades prioritárias incluem forças armadas e de segurança, serviços médicos, transporte de medicamentos, transportes públicos coletivos e recolha de resíduos.
O público em geral também pode usar esta rede de postos mas é fixado um limite de 15 litros de gasolina ou gasóleo por veículo.
No final de uma reunião da Concertação Social, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, disse que a rede com cobertura nacional de 310 postos de abastecimento prioritário serão assegurados, caso seja necessário, pelas forças de segurança.
Os postos “destinam-se prioritariamente a serviços essenciais de apoio à comunidade” como é o caso de serviços médicos, de transporte de doentes ou de medicamentos, mas que “também poderão abastecer particulares”, disse Vieira da Silva, citado pela Lusa. “Muito em breve” será conhecida essa rede que foi definida pelo Ministério do Ambiente, acrescentou.
O comunicado do Governo acrescenta que “para garantir o cumprimento do disposto no Despacho, os postos REPA podem requerer a presença de elementos das forças de seguranças”, sendo que estes postos “beneficiam de prioridade de abastecimento face aos restantes postos, devendo, para o efeito, promover-se o destacamento das forças de segurança necessárias para assegurar o seu abastecimento”.