O assunto é polémico e está a gerar reações muito acesas: Ângela Barreto, a única jihadista com nacionalidade portuguesa, foi para a Síria em 2014 para se juntar ao Daesh. Agora diz gostava de vir para Portugal.. se a aceitarmos cá.
Apesar de dizer que gostava de vir para Portugal, Ângela ainda acredita “num Estado que siga as regras do Islão“. A rapariga está a morar num campo dos radicais islâmicos no nordeste da Síria, juntamente com o filho que teve com o marido, Fábio Poças, que a convenceu a fugir para a Síria em 2014 para de juntar ao Daesh.
Ontem, em entrevista à RTP, Ângela falou da sua vida na Síria e do que a levou fugir para lá. Quando lhe perguntaram pelos filhos contou que a sua menina, de apenas 3 anos, tinha acabado de morrer na terça feira. No entanto ela não lamenta a morte da menina, pelo contrário.
Com bombardeamentos constantes e atiradores furtivos, a vida em Baghouz não é propriamente pacífica. “Um estilhaço da bomba ficou-lhe na cabeça. Esteve dez dias no hospital e nos primeiros cinco dias não me permitiram estar com ela. Ia todos os dias à direção do campo dizer que queria ir ter com a minha filha, mas diziam-me que não podia”.
O estilhaço atingiu profundamente o cérebro da criança e, apesar de lhe dizerem que o fragmento acabaria por expulsar sozinho, isso não aconteceu. Quando foi ao hospital para ser operada, disseram que não podiam fazer nada, porque já deveria ter ido antes.
“Ainda bem que a minha filha partiu porque isto aqui não é fácil“, lamentou a jihadista portuguesa. O seu marido foi há muito dado como desaparecido em combate, com Ângela a dizer que “foi martirizado”.
Jihadista portuguesa capturada quando fugia dos combates na Síria
A viver com a outro filho de dois anos num campo de Baghouz, Ângela gostava de vir para Portugal, no entanto, confessa ter ouvido dizer que não têm levado as pessoas de volta. “Caso não me aceitem tenho de ver como viver nesta situação“, desabafou.
O jornal Expresso confirma que o Executivo está a preparar o repatriamento para Portugal de crianças e mulheres portuguesas que se encontram nos campos de detenção para jihadistas na Síria. Ângela admite que chegou a pedir ajuda ao Governo português por causa da filha e que tem mantido contacto com a família em Portugal.
A Cruz Vermelha já mostrou interesse interesse em ajudar Ângela e o filho a regressar ao seu país de origem, mas primeiro é necessária a autorização do Governo. “Mas isto não era para mim, era para a minha filha. Queria que a minha filha tivesse assistência médica. Mas não fizeram nada. E ela morreu com três anos”.
Achas que a devíamos aceitar de volta em Portugal? Diz-nos o que pensas aqui em baixo ou no Facebook onde a discussão já vai intensa!
Fonte: ZAP