Em vários sites e páginas do Facebook ligados a anúncios de emprego tem sido cada vez mais frequente ver mensagens de recrutamento de voluntários para trabalhar em festivais de verão.
São jovens, por norma ainda estudantes, que aderem e que oferecem o seu trabalho de forma a estarem presentes nos seus festivais favoritos sem pagar bilhete tendo ainda muitas das vezes refeições pagas. Parece um bom negócio para ambas as partes, certo? Segundo nos diz um artigo da Aporfest, não é bem assim.
Bem, parece que se levantam alguns problemas.
FALTA DE COMPETÊNCIAS – Muitas das vezes os jovens selecionados para este tipo de voluntariado não têm experiência nem maturidade para assumir postos que requerem responsabilidade.
FALTA DE ENGAGEMENT – Visto que estão a trabalhar gratuitamente e que muitas das vezes o interesse de ser voluntário num festival é somente o acesso gratuito ao mesmo, muitos voluntários não se dedicam totalmente à sua função, o que poderá fazer com que o festival perca qualidade e passe uma imagem errada aos seus festivaleiros por falta de profissionalismo.
ILEGALIDADE – Este tipo de voluntariado pode ser considerado ilegal visto que festivais com fins lucrativos não podem ter voluntários, na atual legislação.
Pessoalmente acho que o voluntariado em festivais funciona muito bem, e a experiência que tenho é de interagir com voluntários super competentes, prestáveis e bem dispostos.
Quando à “falta de engagement“, também se pode dizer que se estiverem a ser pagos não é por amor ao festival que lá estão mas sim para receber dinheiro.. por isso este argumento é um bocado treta. Quem é voluntário só para ter acesso ao festival garantidamente GOSTA DO FESTIVAL. Já se estiverem a ser pagos isto pode nem sequer ser verdade, é apenas mais um trabalho.
No que diz respeito à suposta falta de competências, os voluntários são normalmente colocados em funções para as quais têm toda a competência, como as bilheteiras, verificação de pulseiras à entreda, ou postos de informações. Além do mais são coordenados por pessoas qualificadas. As funções críticas são desempenhadas também por pessoas qualificadas.
O único ponto em que realmente pode haver uma falha é a questão legal, por não ser permitido o voluntariado em negócios com fins lucrativos mas então acabem também com os estágios não remunerados, porque isso sim é uma forma moderna de escravatura.