A GNR andou a fiscalizar, como é costume, os autocarros da juventude que seguia a caminho de Espanha para as habituais viagens de finalistas. Cerca de 191 veículos foram fiscalizados na segunda fase da operação “Spring Break”.
Ao todo a GNR terá conseguido evitar que 262 doses de droga chegassem ao destino. Não gostamos muito destes relatórios em termos de “doses de droga”, porque não dão propriamente informação nenhuma.
O que é que definem como “dose”? Eu posso gostar de a cheirar às pazadas enquanto um amigo mais sensível já fica on fire com um tracinho tipo fio de cabelo. Quem são as autoridades para definir a “dose” certa da minha drogaria?
Também é um bocado inútil dizerem que apreenderam 262 doses de “droga”. Mas foi quê, Aspegic? Ben-u-ron? Coca? Erva? Chocapitos? Vá lá, mais empenho nesses reports!
A 2.ª fase da operação Spring Break da GNR realizou-se entre os dias 5 e 9 de abril e, além da prevenção de comportamentos de risco, visou ainda garantir as condições de segurança dos veículos que os transportaram.
Neste período foram fiscalizados 191 veículos de transporte de passageiros, tendo a GNR registado 35 contraordenações no âmbito rodoviário.
A GNR, através da sua valência territorial, investigação criminal, trânsito, intervenção e com o empenhamento de binómios cinotécnicos ( gajos com cães ) de deteção de droga, em coordenação com a Guardia Civil de Espanha, realizou ações de fiscalização junto às fronteiras terrestres, nomeadamente em Vilar Formoso, Caia e Vila Real de Santo António.
A ação decorreu no sentido de detetar a prática de ilícitos associados ao consumo de substâncias estupefacientes, assim como verificar o estado e as condições dos veículos, utilizados no transporte dos alunos, fiscalizando ainda os respetivos condutores.
Na 1.ª fase desta operação, que decorreu entre 1 e 4 de abril, a GNR efetuou 287 ações de sensibilização, que envolveram mais de 9 mil alunos.
Agora mais a sério, sobre a questão do que eles consideram ser “a dose” de droga, há alguma falta de informação a isso pelo que vamos esclarecer.
Os valores estão definidos na portaria n.º 94/96, de 28 de março (imagem abaixo). Considera-se por exemplo que uma cose de coca será algo como 0,2g enquanto uma dose de erva são 2.5g.
No entanto é sempre uma má forma de expressar quantidades. Deviam dizer mesmo em gramas. Falar em doses não faz sentido até porque não está a ter em conta a pureza do que foi apreendido. ie: 1g de cocaína pura é completamente de 1g de cocaína martelada em termos de doses.
Provavelmente gostam de dizer o valor em doses porque parece que apreenderam muita coisa. “262 doses de droga” pode ser, literalmente, algo que cabe no bolso de uma só pessoa.
Fonte: TVI24
