Mulheres agredidas em Lisboa por motorista da Bolt ( Taxify )

Tudo terá acontecido devido a uma divergência entre motorista e passageiras quanto ao caminho a seguir. Passou-se na noite de quinta para sexta e terá acabado com violência!

A denúncia foi feita através das redes sociais e a plataforma BOLT, anteriormente conhecida como Taxify, refere que já entrou em contacto com as clientes e expulsou o motorista, mostrando-se disponível para colaborar nas investigações sobre o que realmente terá acontecido.

Tânia Filipa, uma das agredidas, denunciou o caso através das redes sociais, explicando que teve origem num desentendimento relativamente ao percurso da viagem. Publicou fotos da amiga a sangrar e do carro em que foram transportadas.

A utilizadora escreveu que foi esta quem solicitou o transporte, no Saldanha, em Lisboa, e que ambas explicaram que teriam que parar no Cais do Sodré, antes de seguir para a Amadora.

A confusão instalou-se por causa da forma como seria cobrada essa paragem.

“[O motorista] começou a argumentar connosco explicando que a Taxify/Bolt não lhe paga que ele parasse no Cais do Sodré”, escreve a utilizadora, sublinhando, no entanto, que tentaram colocar um novo destino na aplicação para que este fosse cobrado.

O motorista acabaria por ordenar que as clientes saíssem da viatura. Estas recusaram-se a sair, dizendo que só o fariam na presença da polícia.

“O sujeito saiu do carro e veio em direção à minha porta, agarrou-me e tentou arrancar-me à força de dentro do carro. Rasgou-me todo o meu casaco e mandou-me para o chão no meio da estrada. À Ksenia, que ainda se encontrava dentro do carro, ele deu-lhe uma palmada/soco na cara deixando-a a cara em sangue. Rebentando-lhe o nariz e um pouco do lábio superior”, explicou, situação que comprovou fotos.

Partilhem esta Agressão por motorista da antiga Taxify, sendo hoje Bolt

Hoje venho-vos contar uma história, a minha história. A história que eu mesma vivi na noite de 04 de Abril de 2019 pelas 23:30, em frente ao McDonalds do Saldanha. 
Sempre estive consciente da violência presente nas nossas ruas, nas nossas casas, nos serviços que contratamos, na violência contra nós mulheres, mas nunca, nunca acreditei que um dia essa violência ia bater a minha porta. 

Neste dia decidi aproveitar a minha folga com uma amiga e fomos jantar juntas. Á saída do restaurante ela Romanova Ksenia, decide usar a aplicação para nos levar a casa, com destino à Amadora e paragem (para mim) no cais do Sodré.

Na chegada do automóvel, no exato momento de entrada no veículo, em que nos sentávamos a Ksenia informou o sujeito motorista de que iria acontecer uma paragem no cais do Sodré, em que a mesma já estaria a mudar o itinerário na aplicação para que lhe fosse cobrado as “duas” viagens. O qual, o motorista foi arrancando com o carro devagarinho e começou a argumentar connosco explicando que a taxify/ bolt não lhe paga que ele parasse no cais do Sodré, inicialmente os ânimos estavam tranquilos e ainda chegámos a brincar os três, até que lhe tentámos nós explicar que seria de facto importante para nós perceber se o senhor pararia no cais do Sodré ou não pois eu tinha um barco para apanhar no prazo de 15minutos e caso não fosse possível para este senhor, a viagem seria cancelada e pediríamos outro carro.

Mas sem sucesso pois ele não tinha intenção nenhuma de nos ouvir, não nos respondia de jeito nenhum dando-nos uma certeza do destino da viagem, voltamos a questionar se sim ou não mas ele só argumentava e repetia as mesmas coisas, basicamente “ vocês não me entendem porque a Taxify/ bolt não me paga”, até que a Ksenia disse que iria então cancelar a viagem e iríamos de facto tentar de outra forma, mas quando o foi para fazer foi impossibilitada pois o motorista aceitou a viagem na aplicação do seu telemóvel (com a mudança de itinerário que a Ksenia já tinha feito) portanto automaticamente a empresa já teria retirado o valor da viagem á Ksenia.

No momento a Ksenia tentou interrompê-lo e explicar -lhe pedindo que ele cancelasse a viagem para que pudéssemos sair e seguir o nosso caminho sem encargos extra pois ele já tinha aceite a mesma. ele voltou a não querer ouvir e só falava em não receber a paragem no cais … repetiu N vezes a mesma história enquanto a Ksenia lhe dizia que somos clientes contratando um serviço e que se não existe a possibilidade que nos informasse que sairíamos. eu q estive quase o tempo todo calada a ouvi-lo argumentar e a ouvir a Ksenia a pedir que ele fosse directo e nos informa-se se fazia a viagem ou não, já cansada de ver o tempo passar e a minha vida a atrasar por uma parvoíce, decidi falar e disse-lhe “ até agora estivemos a ouvi-lo agora vai o senhor ouvir-nos , o senhor vai ou não fazer esta viagem como lhe foi pedida? Apenas uma resposta de sim ou não, pois eu compreendo-o mas de facto está a atrasar a minha vida, se está disposto a fazer a viagem, fantástico seguimos então caminho e poderá arrancar com o carro, se não vai, terá que ser o senhor a cancelar a viagem porque o valor já foi cobrado a minha amiga pois o senhor decidiu aceita-la” de imediato ele nos começou a exigir que saíssemos do carro dele.

O qual eu e posteriormente a Ksenia lhe dissemos que isso seria roubo e não sairíamos pois o dinheiro da viagem já tinha sido retirado, ou ele cancelava a viagem ou sairíamos apenas com a presença da polícia. O sujeito saiu porta fora do carro e veio em direção a minha porta, agarrou-me e tentou arrancar-me a força de dentro do carro. Rasgou-me todo o meu casaco e mandou-me para o chão no meio da estrada. A Ksenia que ainda se encontrava dentro do carro ele deu-lhe uma palmada/soco na cara deixando-a a cara em sangue. Rebentando-lhe o nariz e um pouco do lábio superior. Assim que eu caí no chão ele entrou para dentro do carro junto da Ksenia e começou a puxá-la, puxando até pelos cabelos.

Gritei, pedi ajuda, tentei ajudar a Ksenia e tudo o que eu vi foi aquele sujeito em cima dela como se fosse um louco obrigando-a a sair de dentro do carro para que ele fugisse. Veio apenas um rapaz, o Gonçalo (não o conheço mas foi um anjo da guarda) e este rapaz veio para fazer com que este sujeito parasse. Ficou connosco até que a polícia e uma ambulância chegasse, nunca deixando que o sujeito se aproximasse de nós. 
O assunto foi informado a polícia e a queixa a este sujeito foi feita. 

Para quem se cruze com ele, pensem duas vezes antes de entrar no carro… a matrícula e o carro está aqui exposto, é um sujeito sujeito de origem de cabo verde, com o nome de Ednilson. 
É triste ainda que ele seja tão cobarde ao ponto de não assumir os actos que cometeu. Para a polícia inventou uma história contra nós mentindo tudo o que fez e parecia um anjo quando a polícia chegou. A história que ele decidiu inventar foi que ambas quisemos que ele fizesse a viagem até ao cais do Sodré contra a lei e que fui eu que dei uma cabeçada a Ksenia. Eu pessoalmente não uso estas aplicações, uso esporadicamente quando vou com alguém. E nunca em momento algum assisti a algo do género. Triste é que existam pessoas deste tipo. Que existam homens que ainda são capazes de bater em mulheres. Que existam ainda homens capazes de tratar as mulheres como lixo. 
Eu vivi isto e vou levar isto avante para que se acabe de uma vez por todas com este tipo de violência no meu país. Eu não me permito passar por isto em situação alguma na minha vida. Eu não vou ficar parada. Infelizmente não tivemos auxílio das dezenas de pessoas que iam passando, apenas tivemos de uma. Não fiquem indiferentes a situações destas, não fiquem indiferentes a quem está desesperada a pedir ajuda. 

Se vos choca como me chocou a mim peço o favor de partilharem esta história para que cada vez mais pessoas se unam contra a violência, contra a injustiça. Hoje foi a minha história, amanhã poderá ser a tua. Não podemos permitir isto!!! 

P.S- seguem as fotos que tirei em frente a ele, do carro que ele conduz e do estado em que ficou a minha amiga. Na foto em que o carro se encontra de frente ele é o que está junto a porta do lado esquerdo.


Sobre o Autor

ELEgante

O homem urbano e cosmopolita, moderno e com bom gosto. Sabe o que quer, vive como gosta.