Militares da FORÇA AEREA escrevem carta aberta aos seus Camaradas Bombeiros

Aqui está algo que tínhamos mesmo curiosidade para saber. Muito se ouve em conversa de café dizer que que os militares deviam ajudar os bombeiro a apagar os incêndios e coisas do género. Mas porque não ajudam? Não é por não quererem.

Esta carta aberta foi-nos enviadas por um militar da força aerea que pediu para ficar anónimo por temer represálias da estrutura ou vindas de fora, mas nos pediu ajuda para que se soubesse isto. A mensagem foi escrita por ele e outros camaradas, e será subscrita certamente a muitos outros.

Olá Ainanas. Sou um grande admirador da vossa página e por isso lembrei-me dela para me ajudar com este pequeno desabafo. Eu sou militar da Força Aérea Portuguesa, e devido á minha condição tenho de ter cuidado com o que digo, com a forma que digo e onde digo porque uma opinião ou um desabafo pode virar-se contra mim rapidamente e ter problemas.

Como logicamente sabem, fomos vítimas de um atentado terrorista que foram os Incêndios em Portugal e eu sinto-me triste por não poder ajudar, por não poder servir mais o meu País e esta é a opinião e o desalento que paira em toda a instituição.

Como tal, e por saber que são uma página influente que chega rapidamente as pessoas (e de forma a ajudar a desmistificar a ideia de que os militares não querem fazer nada) decidi partilhar um texto que escrevi juntamente com alguns camaradas. Não sei se o texto vai mudar alguma coisa mas sei que vai chegar a muita gente através de vocês. Compreendo se não o quiserem publicar mas vou deixar-vos aqui na mesma como um pequeno desabafo pq neste momento sinto-me triste.

“A todos os bombeiros, meus camaradas, eu peço desculpa. Peço desculpa por não poder fazer mais. Peço desculpa por ficar no quartel, enquanto vocês protegem as pessoas que num ápice ficam sem nada.

Eu sou militar da Força Aérea Portuguesa e sinto-me impotente. A verdade é que jurei bandeira e jurei proteger o meu País, mesmo com o sacrifício da própria vida mas não deixam. Retiraram-me do combate aos incêndios, retiraram-me a capacidade de agir perante um ataque ao meus País. Se eu pudesse eu ia! Eu e todos os meus camaradas, dizíamos SIM!
Desengane-se quem continua a achar que os MILITARES não querem fazer nada, porque querem! Mas as forças POLÍTICAS não deixam!

Um dos meus deveres militares é o de ter isenção política e irei continuar a cumpri-lo mas não posso deixar de partilhar a magoa que sinto.

Eu continuo a sentir-me útil para o País, amo o meu trabalho, dou tudo por esta instituição e sirvo lealmente sobre o lema “Para que os outros vivam” mas onde se encaixa este lema quando não ajudo outras vidas em risco e deixo os bombeiros batalhar sozinhos? Acorda meu amado Portugal!
Soluções? Tenho algumas.

– Voltar a colocar a Força Aérea Portuguesa no combate aos incêndios.
– Criar uma equipa de intervenção terrestre formada pelos 3 ramos para épocas especiais e extraordinárias com a formação necessária para actuar no terreno em colaboração com os Bombeiros, ajudar na logística, cortar trânsito e fazer rescaldo dos incêndios.

Peço desculpa pelo desabafo mas amanhã estou de serviço enquanto Portugal arde! Acorda meu amado Portugal”

Isto tem de ser divulgado!

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Sobre o Autor

ELEgante

O homem urbano e cosmopolita, moderno e com bom gosto. Sabe o que quer, vive como gosta.