Turistas Britânicos fazem QUEIXAS FALSAS em Portugal

De 2013 para 2016, as queixas de turistas britânicos por supostos “problemas gástricos” durante as suas férias em Portugal aumentaram cerca de 520%.

Estará a comida portuguesa a ficar pior? Ou os meninos estarão mais sensíveis da tripa? Nada disso, trata-se de um esquema fraudulento que está a ganhar proporções enormes.

A suspeita de serem falsas muitas das reclamações por intoxicações alimentares apresentadas por turistas britânicos levou o Foreign Office a atualizar os conselhos para quem viaja para Portugal.

“Houve relatos de um aumento de turistas encorajados a apresentar uma participação por danos pessoais caso tenham tido uma doença gástrica durante a estadia”, lê-se na página eletrónica do ministério.

E, num alerta aos turistas para que afiram a veracidade das queixas que apresentam, o ministério dos Negócios Estrangeiros britânico avisa que “só deve considerar uma queixa ou reclamação se alguém contraiu um problema ou uma doença genuinamente. Se fizer uma participação falsa ou fraudulenta, pode ser alvo de procedimentos legais no Reino Unido ou em Portugal”.

Em causa está o aumento extraordinário de queixas nos últimos anos relacionadas com problemas gástricos feitas por turistas britânicos quando viajam com pacotes que incluem pensão completa, ou seja, refeições nos hotéis.

Segundo disse à Lusa a ABTA, Associação de Agências de Viagens Britânica, de 2013 para 2016 houve um aumento superior a 520% neste tipo de queixas.

Segundo a organização, alguns turistas estão a ser encorajados a fazer queixas falsas por empresas especializadas em fazer participações às companhias de seguros para receberem indemnizações.

Muitas vezes oferecem em troca um serviço gratuito em troca de uma percentagem do valor obtido ou da compensação das custas judiciais. A legislação britânica prevê que estas queixas por danos pessoais sejam feitas contra os operadores turísticos, que, por sua vez, passam os custos para os hotéis.

“Os consumidores devem ter muito cuidado com qualquer empresa que os aborde e os encoraje a fazer uma reclamação desonesta ou exagerada. É ilegal fazer queixas fraudulentas e as agências de viagens estão cada vez mais atentas, para identificar sinais indicadores de queixas exageradas ou desonestas”, afirmou uma porta-voz da organização à Lusa.

A ABTA considera que as agências que estão por detrás deste esquema “não têm escrúpulos” e alertou para o risco de autores de queixas falsas serem processados, tendo apelado também ao governo para alterar a lei para tornar mais difícil este tipo de situações.

“Estas queixas fictícias estão a custar montantes substanciais de dinheiro aos operadores de viagens e hotéis e se esta prática continuar pode acabar por ter um impacto nos preços das viagens. Já está a lesar a reputação dos turistas britânicos no estrangeiro“, lamentou a mesma porta-voz.

Segundo a ABTA, Portugal, Espanha e Turquia são os países mais afetados. O Foreign Office estima em 2,5 milhões o número de britânicos que visitaram Portugal em 2015.

// FONTE: Lusa, ZAP


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