Na terça-feira passada, uma criança de quatro anos foi atacada por um cão de raça Rottweiler, em Matosinhos, tendo sido transportada para o Hospital de São João, no Porto, e submetida a uma cirurgia.
O cão estava sem trela nem açaime. Feriu ainda uma outra pessoa sem gravidade.
Segundo fonte oficial da Câmara de Matosinhos, o cão vai ficar “de quarentena pelo menos durante 15 dias” no Centro de Recolha Oficial de Matosinhos a ser avaliado pelo veterinário municipal, após o que caberá ao tribunal decidir se o animal será ou não eutanasiado.
Isto gerou uma onda de preocupação por parte de donos de Rottweilers, supostamente com muitos a tentarem repentinamente desafazer-se dos seus animais.
O humorista Nuno Markl deixou uma mensagem a essas pessoas no seu Facebook, que passamos a citar.
Dizem as notícias que agora há uma súbita onda de donos de rotweilers a querer ver-se livres dos cães (provavelmente da mesma forma irresponsável como quiseram ter um sem saber como lidar com ele e só porque dá estilo). E há também o linchamento facebookiano de pessoas que gostam dos animais (li algures a expressão, carregada de ódio, “esta é para os amantes de cães assassinos”, colada a uma notícia sobre um ataque).
Conheço pessoas – responsáveis – que têm cães destas raças uma vida inteira, sem que nada de mal aconteça. Porque sabem cuidar deles, sabem levá-los à rua, sabem que partilhar a vida com um cão como um rotweiler requer dedicação, tempo, empenho. Não é só ter.
Entretanto, recordo que a zero euros, completamente meigos e capazes de fazer dos vossos filhos melhores seres humanos, ao crescerem com eles, há muitos, muitos, muitos rafeiros em inúmeras associações e alguns perdidos pelas ruas dos vossos bairros. Não darão tanto estilo ao dono – veja-se as minhas farruscas Flor e Uva – mas dão e ensinam afecto, o que dá 1000 a zero ao estilo.
