Estamos habituados a só ouvir falar bem da democracia, e a associá-la à Grécia Antiga, onde este sistema político teve origem.
No entanto, o pai da filosofia grega, Socrates, tinha bastantes reservas em relação a deixar qualquer pessoa expressar a sua opinião, mesmo que não tivesse qualquer qualificação para isso, podendo assim influenciar negativa e irresponsavelmente os destinos da nação.Ele dá um exemplo muito simples: se tivesses de embarcar uma perigosa viagem de barco, quem querias que elegesse o comandante do navio? Qualquer individuo, ou apenas pessoas com conhecimentos de navegação?
Socrates não era no entanto elitista, no sentido de reservar o voto para uma classe. O que ele defendia era uma intelectualização da democracia em que para votar se teria de mostrar aptidão ou qualificação para a tarefa.
Tal como é preciso estudar para tirar a carta de condução seria preciso ter alguma formação a respeito das nossas insituições e das questões que elas enfrentam para se ter direito a participar na escolha dos nossos lideres. Parece fazer sentido, não ?
A recente eleição de Donald Trump na America reacendeu o debate acerca do que leva um candidato a ganhar e as falhas do sistema a que já se chama “idiocracia” (democracia de idiotas).
A questão não podia ser mais atual nem pretinente, mas já foi levantada há mais de 2 mil anos.