O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, está a mostrar sinais de não ser tão radical como se temia. Afinal, metade das bacoradas que disse foram apenas para que falassem dele.
A estratégia foi perfeita, e fez de facto que um candidato que era inicialmente visto como uma anedota conseguisse derrotar tudo e todos para se tornar o presidente dos Estados Unidos.
Foi no entanto uma estratégia de guerrilha pura, tal como já tinha explicado o rapaz que apostou 1000 dolares na vitória de Trump. Ele disse o que tinha de dizer para repararem nele e não sair das notícias, fosse bom ou mau, o importante era que o nome TRUMP fosse uma constante. Isso deu-lhe a vitória.
O facto de a Maria Leal ter concertos para dar e presenças para fazer é EXACTAMENTE o mesmo fenómeno de o Trump ter chegado à presidência.
Com a diferença que um foi espontâneo (Maria Leal) e outro foi trabalhado como estratégia. Mas jogaram com o mesmo fenómeno.
Isto vai dar origem a muitos estudos de psicologia e sociologia. Já se está a falar bastante do assunto, e da responsabilidade que as redes sociais têm neste fenómeno por criarem “câmaras de eco” em que o pior que há borbulha para cima e é partilhado, e o bom, com conteúdo, se enterra e perde popularidade.
Entre essas promessas está a construção de um muro na fronteira com o México (a ser pago com dinheiro do governo mexicano), a proibição de os muçulmanos entrarem em território norte-americano, a expulsão de imigrantes sem documentos e a revogação do Obamacare, uma lei aprovada pelo pelo presidente Barack Obama em março de 2010 que reduz os custos do seguro saúde de milhões de americanos.
Trump foi escolhido o novo presidente dos Estados Unidos em eleições realizadas na terça-feira. Mas agora, tanto Donald Trump como os seus principais assessores estão a passar a mensagem de que algumas medidas vão ter de esperar, porque serão revistas, e que outras só serão cumpridas parcialmente.
Donald Trump, que tinha repetidamente prometido durante a campanha que iria revogar o Obamacare, disse em entrevista ao The Wall Street Journal que pensa manter partes importantes da lei.
Trump mudou de opinião depois de ouvir o presidente Obama, num encontro que tiveram na Casa Branca um dia após o anúncio da vitória do candidato republicano nas eleições para presidente dos Estados Unidos.
Na entrevista ao jornal americano, Donald Trump diz que está disposto a deixar em vigor disposições que proíbem as seguradoras de negar cobertura aos pacientes alegando condições de saúde preexistentes.
Diz também que pretende manter a parte da lei que garante aos filhos dos segurados a cobertura do plano até a idade de 26 anos. “Gosto muito disso”, disse Trump na entrevista.
Segundo o The Washington Post, o ex-presidente da Câmara dos Representantes, Newt Gingrich, hoje um dos principais assessores do presidente eleito, lançou dúvidas esta semana sobre a viabilidade de o novo governo conseguir recursos do México para pagar o muro que Trump pretende construir na fronteira sul dos Estados Unidos.
“Trump já vai gastar muito tempo a controlar a fronteira. Ele pode não ter esse tempo todo para fazer com que o México pague, mas foi uma grande promessa de campanha “, disse Gingrich.
O ex-presidente da Câmara de Nova York, Rudolph W. Giuliani, um dos conselheiros mais próximos de Trump, diz que sem dúvida que o muro será construído, mas a data da construção está longe de ser uma questão resolvida.
Em entrevista à CNN, Giuliani diz que o que Donald Trump deve priorizar inicialmente é a aprovação da reforma fiscal, e não a construção do muro na fronteira mexicana.
Se realmente Donald Trump quiser cumprir a promessa de campanha de expulsar imigrantes sem documentos, a primeira dificuldade será saber quantas pessoas estão nessa situação. A falta de números confiáveis pode atrasar ou inviabilizar a proposta.
As estimativas sobre o número de imigrantes que trabalham sem documentos nos Estados Unidos variam de 1 milhão a 6 milhões de pessoas.
Mas ao longo da campanha eleitoral Donald Trump disse, em diversos comícios, que se fosse eleito iria expulsar 11 milhões de pessoas que estariam em território norte-americano sem documentos.
Banir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos é uma das propostas de campanha mais difíceis de serem viabilizadas porque envolve questões éticas e de religião.
Ao longo da campanha, Donald Trump foi fazendo modificações a essa proposta. No início, referia-se genericamente aos muçulmanos. Mais tarde, começaria a dizer que só seriam impedidos de entrar os muçulmanos vindos de países “comprometidos com o terrorismo”.
Agora, depois de eleito, Trump nem sequer mencionou a expulsão dos muçulmanos.
Ao fazer a primeira visita ao Congresso americano, Trump citou como propostas a serem executadas por seu governo apenas as questões de fronteira (imigrantes), os cuidados com a saúde (Obamacare) e a criação de empregos.
Fontes: ZAP / Agência Brasil