Guterres, secretário-geral da ONU. É hoje que tudo se decide.

Parece que vamos mesmo ter um português à frente dos destinos da ONU. É uma extraordinária e inédita honra (e responsabilidade), que nos surge pouco tempo depois de um outro português, Durão Barroso, nos envergonhar com a sua falta de isenção e serventia dos interesses da banca enquanto presidente da Comissão Europeia.

O Conselho de Segurança deverá confirmar hoje a recomendação de António Guterres para secretário-geral das Nações Unidas, mas caberá à Assembleia Geral da organização tomar a decisão final, por maioria simples de votos.

O Conselho de Segurança foi assertivo, após a sexta votação para o cargo de secretário-geral das Nações Unidas realizada quarta-feira: António Guterres é o “claro favorito”, com 13 votos a favor e duas abstenções.


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Em conferência de imprensa, Vitali Churkin, embaixador da Rússia, país que preside atualmente ao Conselho de Segurança, anunciou que o órgão vai voltar a reunir-se hoje, às 10:00 de Nova Iorque (15:00 em Lisboa) para realizar a votação formal.

“Espero que [Guterres] seja indicado por aclamação”, disse o embaixador russo, acrescentando, em nome dos 15 membros do Conselho de Segurança: “Desejamos ao senhor Guterres que tudo corra bem no desempenho das funções como secretário-geral das Nações Unidas, nos próximos cinco anos.”

Após a votação formal de hoje, o Conselho de Segurança fará a recomendação (a prática tem sido a de indicar apenas um nome) à Assembleia Geral, órgão ao qual compete ratificar a escolha (ou não, embora isso nunca tenha acontecido).

O secretário-geral que está de saída, o sul-coreano Ban Ki-moon, foi o único indicado pelo Conselho de Segurança em 2006 e em 2011, sendo escolhido, em ambas as ocasiões, por aclamação dos 193 Estados-membros na Assembleia Geral.

No caso de Ban Ki-moon, a sessão de votação da Assembleia Geral decorreu quatro a cinco dias depois da indicação forma do nome do candidato pelo Conselho de Segurança.

Caso o seu nome seja confirmado, o português António Guterres será o primeiro ex-chefe de governo a assumir o cargo de secretário-geral da ONU e entrará em funções a 1 de janeiro de 2017.


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ELEgante

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