O grupo alemão Bayer anunciou esta quarta-feira a compra do fabricante de transgénicos Monsanto por 66 mil milhões de dólares (59 mil milhões de euros), após aumentar a oferta para criar a maior companhia de sementes e fertilizantes do mundo.
Fica assim nas mãos da mesma empresa controlar o que comemos, os químicos usados nos alimentos, e os medicamentos usados para nos tratar caso tenhamos o “azar” de aparecer alguma doença. Conveniente.
Não admira que os maiores bancos do mundo se tenham apressado a emprestar 57 mil milhões de dolares para viabilizar o negócio. Isto é uma mina com retorno mais do que garantido.
“A Bayer e a Monsanto assinaram hoje um acordo de fusão” pelo preço de 128 dólares por ação (114 euros) em numerário, anunciou a Bayer em comunicado.
Ao adquirir a Monsanto, a Bayer pode tornar-se a maior produtora a nível mundial de sementes e produtos químicos, pretendendo tornar-se um líder global com uma oferta integrada de produtos e serviços no setor agrícola.
A primeira oferta da empresa farmacêutica e química alemã à norte-americana Monsanto, em maio, foi de 122 dólares por ação (109 euros), mas desde então a Bayer subiu o preço em várias ocasiões.
“A transação junta duas atividades diferentes, mas bastante complementares“, refere o comunicado.
A Monsanto, respondendo por cerca de um quarto do mercado global de sementes, é a maior produtora de batatas do mundo, com uma quota de 26% (dados de maio), seguida pela DuPont (que se fundiu com a Dow Chemical em dezembro) com 21%.
Já a Bayer é o segundo fabricante de produtos químicos para a agricultura, com uma quota de 18%, atrás da Syngenta (adquirida pela ChemChina por 40 mil milhões de dólares), que conta com 19% do mercado.
Juntas, as duas empresas representam um volume de negócios anual de 23 mil milhões de euros e reúnem cerca de 140 mil empregados.
A Bayer prevê financiar a transação através de uma combinação de capital próprio e externo.
A companhia alemã vai fazer um aumento de capital e tem garantido um financiamento de 57 mil milhões de dólares (50.893 milhões de euros) dos bancos Merrill Lynch, Credit Suisse, Goldman Sachs, HSBC e JP Morgan.