Há verdadeiras quadrilhas de ladrões de laranjas que estão a causar elevados prejuízos aos produtores do Algarve.
As autoridades não estão a conseguir tomar conta da situação e teme-se que comece a haver produtores a fazer justiça com as próprias mãos.
O presidente da Associação União pelo Futuro do Algarve (AUFA), José Vitorino, ouvido pela Renascença, apela a uma intervenção urgente das autoridades. A situação é alarmante e a actuação destas redes já representa um roubo na ordem dos três milhões de euros. É muita laranja.
O roubo de citrinos, feito nos próprios pomares, atinge já uma dimensão inaceitável, a rondar os três milhões de euros, o que está a provocar pânico na região” – José Vitorino
José Vitorino fala em “redes organizadas, portuguesas e espanholas”, “sofisticadas” e com uma actuação que controla “os movimentos dos produtores e das autoridades policiais”.
Para as combater, José Vitorino recomenda “uma operação de grande envergadura, talvez com a criação de uma unidade de intervenção integrada entre as várias forças de segurança para desmantelar as redes criminosas, capturar e prender os cabecilhas e também proibir a venda ambulante de citrinos”.
“Isto não é o roubo de quem vai roubar uma caixa ou duas de laranjas, são camiões. As redes apanham, transportam, levam para armazéns para embalagem e depois têm redes de venda nos restaurantes, no comércio, na venda volante” – “José Vitorino
A ASAE lançou no Algarve a operação Citrino Seguro, até ao passado dia 15 de Agosto, mas devido a persistência dos agentes criminosos os produtores apelam a medidas de segurança mais duras na proximidade da época da apanha da fruta, que arranca em Outubro.
José Vitorino avisa que a situação é preocupante e se pode “gerar a defesa própria”, com pessoas a pensarem em “fazer justiça pelas próprias mãos”, o que pode criar ocorrências “perigosas”.