A denúncia é feita por Alfredo Paulo Filho, antigo bispo da própria Igreja Universal do Reino de Deus. O ex-bispo acusa a igreja de ter mantido, ao longo de sete anos, um esquema ilegal em Portugal para desviar milhões de dólares.
Segundo escreve a Folha de São Paulo, o dinheiro seria utilizado para financiar a instituição e a televisão Rede Record na Europa.
Para desviar o dinheiro, conta Alfredo, a igreja criou uma rota para fazer remessas ilegais, de África para a Europa, pelo menos duas vezes por ano. Mais detalhadamente, o esquema assentava numa campanha feita em Angola – ‘A Fogueira Santa’ – onde eram “despachados 5 milhões de dólares por cada viagem”, resultado das doações dos fiéis que pediam perdão pelos pecados, doando dinheiro à igreja.
Em Portugal, os dólares eram trocados por euros e depositados no BCP como dízimos da igreja. A partir daí, detalha a mesma publicação, o dinheiro era transferido para outros países da Europa. Isto porque, de acordo com o antigo bispo, Portugal sustentava outras igrejas na Europa.
Tratando-se ele próprio de um participante no esquema, Alfredo Paulo Filho revela ainda que era em sua casa que guardava o dinheiro até que fosse transferido.
Apesar de ter plena consciência de que era ilegal, o ex-bispo (responsável pela IURD em Portugal entre 2002 e 2009) explica que a igreja tinha manobras para fazer acreditar que tudo era válido, com o argumento de que o que faziam era “para devolver a obra de Deus”.
Confrontada com as denúncias, a IURD já reagiu, dizendo tratar-se de uma calúnia e difamação por parte de Alfredo Paulo Filho.