Enjoas ao ler no carro? O teu cérebro pensa que estás a ser ENVENENADO

Para passar o tempo numa viagem de carro, costumamos fazer o típico scroll nas redes sociais ou podemos tentar ler uma revista ou um livro.

Só que nem todos o conseguem: muitos ficam maldispostos. E qual é o motivo que nos leva a ficar assim? O nosso cébebro pensa que está a ser envenenado!

Untitled-1

No livro “Idiot Brain: What Is Your Head Really Up Too“, o neurocientista Dean Burnett explica que o nosso cérebro, ao perceber que o corpo está parado e no entanto em deslocação, pensa que está a ser envenenado.

Segundo Dean Burnett, neurocientista do Instituto de Medicina Psicológica e e Neurociência Clínica da Universidade de Cardiff, no País de Gales, enquanto andamos conseguimos observar tudo à nossa volta e os nossos músculos estão em constante movimento. Ao movermo-nos, o líquido do nosso aparelho vestibular está em movimento e é esse movimento que permite ao cérebro, mais propriamente ao tálamo, interpretar corretamente essa ação.

Contudo, quando estamos num carro em movimento, o tálamo recebe sinais do corpo que são confusos, devido às diferentes perceções: através da visão, sabemos que estamos em movimento, mas por outro lado os nossos músculos estão descontraídos porque nos encontramos num carro em movimento.

O neurocientista explica que “enquanto os músculos mandam o sinal de que estamos parados, os olhos percecionam que estamos em movimento“, o que causa uma incorreção sensorial e, alega o cientista britânico, só pode ser interpretada como sendo uma “neurotoxina ou um veneno”.

Dean Burnett acrescenta que a confusão do cérebro leva a que este ative a melhor defesa que conhece para combater os venenos, ou seja, o enjoo.

No pior dos casos, podemos inclusive chegar a vomitar. É esta a maneira do nosso cérebro nos tentar ajudar numa situação em que se encontra baralhado.

De acordo com o neurocientista, ainda não existe uma explicação plausível para o facto de algumas pessoas se livrarem destes enjoos e outras permanecerem com eles ao longo da vida. Mas sugere que é uma questão de tempo até ao cérebro se habituar à interpretação de sinais confusos por parte do corpo.


Sobre o Autor

ELEgante

O homem urbano e cosmopolita, moderno e com bom gosto. Sabe o que quer, vive como gosta.